FUNÇÕES DA LINGUAGEM
A comunicação
verbal se processa da seguinte forma: o emissor envia uma mensagem
ao receptor. Para que possa ser compreendida, a mensagem requer um contexto,
isto é, uma situação a que ela se refere; um código pelo menos parcialmente
comum entre o emissor e o receptor e, finalmente, um canal que torne
possível a comunicação.
Veja em forma de
esquema os seis fatores que integram o ato de comunicação verbal:
No ato da
comunicação verbal, podemos dar maior ênfase a um fator do que a outro, daí a
existência de seis funções da linguagem: emotiva, conativa, referencial,
fática, metalinguística, poética.
Função emotiva
Centra-se no
próprio emissor. Caracteriza-se pelo uso da primeira pessoa do discurso, das
interjeições e de sinais de pontuação como o ponto de exclamação e as
reticências.
Exemplo:
Lamento
Meu amor, tem dó!
Ah! morena, tem
pena...
Mas ouve o meu
lamento.
Tento em vão te
esquecer,
Mas ai o meu
tormento é tanto
Que eu vivo em
pranto, sou tão infeliz.
(Pixinguinha e
Vinicius de Moraes)
Função conativa
Centraliza-se no
receptor. Caracteriza-se pelo uso da segunda pessoa do discurso, do imperativo
e do vocativo.
Os anúncios
publicitários, na intenção de convencer o receptor, utilizam em larga escala a
função conativa.
Exemplo:
Função referencial
Centra-se no
referente, ou seja, no contexto a que a mensagem se refere, e tem por
finalidade a própria informação, procurando transmitir dados da realidade de
maneira objetiva. Utiliza, sobretudo, a denotação. Observe:
Função fática
Centra-se no canal
e tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper o processo de
comunicação. Quando atendemos ao telefone e dizemos “alô”, estamos fazendo uso
dessa função da linguagem.
Exemplo:
Função
metalinguística
Centra-se no
próprio código: procura falar do próprio código, ou verificar se ele é comum ao
emissor e ao receptor. Os dicionários são metalinguísticos por excelência: são
casos de palavras explicando a própria palavra! O texto abaixo serve como
exemplo de uso dessa função da linguagem:
Dizemos que há
metalinguagem quando se utiliza um código para se falar dele próprio. Assim, um
filme que discorre sobre o próprio cinema ou um poema que fala sobre a própria
poesia são exemplos de utilização da metalinguagem.
Observe, por
exemplo, estes primeiros versos do poema ”Autopsicografia”, do poeta português
Fernando Pessoa.
O poeta é um
fingidor
Finge tão
completamente
Que chega a fingir
que é dor
A dor que deveras
sente
Função poética
Centraliza-se na
própria mensagem, ou seja, a intenção do emissor está voltada para a própria
mensagem. Exemplo:
Veja agora um
quadro-resumo dos seis fatores do processo de comunicação verbal com as funções
da linguagem que lhe correspondem.
Fonte: TERRA, Ernani. Curso prático de língua, literatura e redação/Ernani & Nicola. - São Paulo: Scipione, 1997, p. 32-36.
Abaixo assistam um vídeo com a explicação referente às seis funções da linguagem:
Nenhum comentário:
Postar um comentário