O português brasileiro
O trecho a seguir foi copiado da
carta que o escrivão Pero Vaz de Caminha enviou ao rei D. Manuel, de Portugal, contando
sobre os primeiros contatos dos portugueses com os nativos do território
brasileiro “recém-descoberto”.
Deram-lhes
ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos
passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa,
logo a lançavam fora.
Trouxeram-lhes
vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram
mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu
bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora.
Viu
um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou
muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta
do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do
Capitão, como se dariam ouro por aquilo.
Isto
tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer
que levaria as contas e mais o colar, isto não queríamos nós entender, por que lho
não havíamos de dar! E depois tornou as contas a quem lhas dera.
GLOSSÁRIO
Fartéis: doces.
Albarrada: jarro.
Lhas: lhe + as.
Folgou: brincou,
divertiu-se.
Lho: lhe + o.
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1.
Como o trecho revela, nos dois primeiros parágrafos, o estranhamento entre as
duas culturas?
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2. O
que permitia a interação entre indígenas e navegadores?
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3. Segundo
Pero Vaz de Caminha, os portugueses tinham segurança na interpretação do que os
indígenas comunicavam? Justifique sua resposta.
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Fonte: ORMUNDO, Wilton. Se liga na língua: leitura, produção de texto e linguagem - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2018, pp. 31 e 32.
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